Depois de um ano de 2022 marcado por tensões internacionais, aumento continuado da inflação e abrandamento da procura por parte dos consumidores, em 2023 assistiu-se a um aprofundamento das tendências registadas.
A este contexto acresceram os riscos geopolíticos, com especial agravamento após o ataque do Hamas a Israel, a 7 de outubro. Embora a inflação tenha diminuído ao longo do ano, o conflito no Médio Oriente aumentou a incerteza sobre os preços do petróleo e obrigou os bancos centrais a permanecerem cautelosos.
No entanto, após um período de maior volatilidade e tendo sempre presentes os temas centrais como as expectativas de inflação e o aumento das taxas de juro, o mercado tem vindo a ajustar-se.
O desempenho melhor do que o esperado das economias e os resultados resilientes apresentados por algumas empresas, nomeadamente as tecnológicas, foram os catalisadores que impulsionaram as ações globais.
O mercado mundial de ações, representado pelo índice MSCI World, registou uma forte volatilidade no preço desde o início de 2023. Tendo recuperado de uma descida no primeiro trimestre, o índice teve um período de valorização no segundo e no terceiro trimestres. Mais perto do final do ano, em especial com os acontecimentos de 7 de outubro, o índice apresentou uma redução, caindo em relação ao seu pico. O índice só voltou a recuperar em dezembro, fechando o ano em alta, tal como os restantes índices, revertendo as fortes quedas verificadas em 2022, que foi o pior ano para os investidores desde a crise financeira de 2008.
Os mercados globais foram impulsionados sobretudo pela evolução positiva do mercado dos Estados Unidos da América (EUA), com os dados publicados a reforçar a convicção de que a Reserva Federal (Fed) pode começar a reduzir as taxas de juro já a partir de março de 2024. No mesmo sentido, em dezembro e pela primeira vez em mais de três anos, o indicador preferido do banco central para medir a inflação nos EUA desceu em termos mensais.
Na Europa, no início do ano, a forte volatilidade continuou a afastar os investidores dos ativos de risco, penalizando as ações. Ainda assim, o desempenho positivo registado por vários sectores da economia tornou possível a recuperação do valor perdido em 2022. À medida que o ano foi avançando, os dados económicos foram sendo favoráveis e, com a inflação a abrandar, saíram reforçadas as expectativas de cortes de juros dos bancos centrais em 2024.
O euro atingiu em julho a cotação máxima do ano face ao dólar, tendo fechado 2023 a valorizar mais de 3% depois de registar mínimos no início de outubro.
Na Polónia, realizaram-se eleições gerais e referendos no dia 15 de outubro. O partido que estava no poder (PiS) não reuniu os votos necessários para assegurar uma maioria parlamentar, o que viabilizou a formação de um governo de coligação entre os partidos da oposição: Coligação Cívica, Terceira Via e Nova Esquerda. O índice polaco, WIG20, valorizou após as eleições, tendo fechado o ano com uma valorização significativa de 30,7%, uma tendência positiva que se verificou nos principais índices mundiais.
Caracterização do título
Bolsa em que está cotada |
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Euronext Lisbon |
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Data de Entrada em Bolsa |
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novembro de 1989 |
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Capital Social (€) |
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629.293.220 |
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Valor Nominal |
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1,00 € |
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N.º Ações Emitidas |
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629.293.220 |
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Símbolo |
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JMT |
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Códigos |
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ISIN |
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PTJMT0AE0001 |
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Reuters |
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JMT.LS |
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Bloomberg |
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JMT PL |
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Sedol |
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B1Y1SQ7 |
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WKN |
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878605 |
A ação de Jerónimo Martins está presente em mais de 130 índices internacionais de sustentabilidade, que reconhecem os compromissos assumidos pelo Grupo nas dimensões ambiental, social e de governo da sociedade (ESG, na sigla inglesa), dos quais se destacam, entre outros o Eurozone 120 e Europe 120, ambos da Euronext Vigeo-Eiris, e os índices FTSE4Good Developed e FTSE4Good Europe.
Pelo quarto ano consecutivo, somos o retalhista alimentar a nível mundial com melhor classificação pelo CDP (Disclosure Insight Action), na sequência da classificação máxima (A) que obtivemos no combate às alterações climáticas (programa Climate Change) e do nível de liderança (A-) que alcançámos em 2023, tanto na gestão da água enquanto recurso crítico (programa Water Security) como na gestão das matérias-primas mais associadas ao risco de desflorestação (programa Forests), e que são óleo de palma, papel/madeira, gado bovino e soja.
Um outro indicador de relevo é o Global Child Forum, no qual tivemos uma pontuação global de 8.9 (num máximo de 10), tendo melhorado 1.3 pontos face a 2022. Entre as 1.108 empresas avaliadas, ocupamos o oitavo lugar.
A presença de Jerónimo Martins nestes e noutros índices relevantes pode ser consultada no nosso website na área de “Responsabilidade”.
Estrutura de capital
Para informação sobre a estrutura de capital de Jerónimo Martins, consultar o capítulo Governo da Sociedade neste Relatório e Contas.
Desempenho do PSI
Na Euronext Lisbon, o PSI teve um desempenho muito positivo, fechando o ano com uma valorização de 11,7% face ao ano anterior.
Em março, no âmbito da revisão anual do principal índice, a Ibersol entrou para o PSI, tendo o índice português passado a contar com 16 constituintes.
Devido à instabilidade política em Portugal na sequência da demissão do primeiro-ministro, o índice caiu 2,54% no dia 7 de novembro, com os analistas a apontarem como principal razão para a queda a preocupação inicial entre os investidores em ações. Esta pressão foi sentida por todas as 16 empresas cotadas.
Em novembro, a Comissão Europeia reduziu a projeção de crescimento de Portugal para os anos de 2023 e 2024, enquanto a Moody’s surpreendeu com uma melhoria substancial no rating da dívida de Portugal em dois níveis. A agência prevê que o PIB de Portugal cresça a uma taxa de 2% ao ano.
Apesar da volatilidade criada pelos receios associados à política monetária, à semelhança dos seus congéneres, o índice mostrou resiliência ao longo de 2023. Depois de um início de ano promissor, o PSI chegou mesmo a alcançar em novembro e dezembro os valores mais altos desde 2014.
Apesar de ter sido uma exceção negativa à tendência global durante o mês de dezembro, o PSI fechou o ano a registar ganhos acumulados. Este desempenho, durante três anos consecutivos, coloca o índice português entre os mercados bolsistas globais com melhor desempenho.
Desempenho da ação Jerónimo Martins
Tendo mantido a tendência de crescimento de forma consistente durante a primeira metade do ano, o preço da ação de Jerónimo Martins atingiu o máximo histórico a poucos dias da publicação dos resultados do primeiro semestre, tendo encerrado a 26,86 euros em 24 de julho, 33% acima do início do ano.
No entanto, as ações desde então reduziram uma parte dos ganhos anteriores, terminando com uma cotação de 23,04 euros, que traduz um aumento de 14,2% no acumulado do ano.
Jerónimo Martins registou, em 2023, um volume de transações, na Euronext Lisbon, na ordem das 167 milhões de ações. Este volume corresponde a uma média diária de cerca de 655 mil ações (15,1% abaixo do volume médio do ano anterior). O preço médio foi de 22,27 euros (8,2% superior ao registado em 2022).
Estas ações representaram o equivalente a 11,8% (cerca de 3,7 mil milhões de euros) do volume global de negócios transacionado no PSI em 2023.
Jerónimo Martins encerrou o ano com a terceira maior representatividade no PSI, com um peso relativo de 12,5% no índice (versus 12,1% em 2022) e uma capitalização bolsista de 14,5 mil milhões de euros (12,7 mil milhões de euros em 2022). A Companhia continua a ser uma das três empresas portuguesas que integram o índice Euronext100, no qual subiu ligeiramente o seu peso para os 0,37% (face aos 0,35% registados no ano anterior).
Analistas
A 31 de dezembro de 2023, existiam 25 analistas com cobertura ativa da ação Jerónimo Martins.
O preço-alvo médio atribuído pelo conjunto de analistas que seguem a ação, no final do ano, era de 25,69 euros, cerca de 12% acima da cotação de fecho (23,04 euros), e 16% acima do preço-alvo médio de 2022.
A evolução das recomendações e preços-alvo emitidos pelas diversas instituições pode ser consultada no nosso website.