Solidez financeira

As Outras Perdas e Ganhos foram de -79 milhões de euros, incluindo indemnizações, write-offs e reforço de provisões para contingências. Também aqui está incluído o pagamento de 24 milhões de euros relativos a prémios atribuídos, a título excecional, às equipas operacionais em reconhecimento do seu elevado nível de compromisso num contexto de aumentos significativos do custo de vida para as famílias.

O Cash Flow gerado no ano atingiu 345 milhões de euros, com o aumento dos fundos gerados pelas operações a compensar o aumento do Capex. Importa referir que, embora os fundos gerados pelo capital circulante em 2022 tenham beneficiado de um efeito positivo de calendário na tesouraria, o menor valor gerado em 2023 também reflete a medida governamental de redução do IVA em Portugal que afetou o valor das contas correntes de fornecedores no final do período e o ajuste de alguns prazos de pagamento perante um contexto de altas taxas de juro e dificuldade de acesso a financiamento.

O Balanço Consolidado manteve-se forte, tendo registado no final do ano uma posição de caixa (excluindo as responsabilidades com locações operacionais capitalizadas) de 1,2 mil milhões de euros, incorporando o pagamento de dividendos da Sociedade que, em 2023, foi de 346 milhões de euros, de acordo com a política de payout em vigor.

O Grupo manteve a sua estratégia de financiamento recorrendo, sempre que possível, a empréstimos em moeda local como forma de cobertura natural do risco cambial dos investimentos.

Em 2023, a aceleração do plano de expansão da Ara conduziu a um aumento expressivo das necessidades de financiamento e natural acréscimo de dívida, bem como a renegociação de alguns financiamentos em carteira que ocorreram num contexto difícil, em que as taxas de referência se mantiveram elevadas.

Na gestão da maturidade da sua dívida, a Jerónimo Martins Colombia, SAS converteu um empréstimo de curto prazo num empréstimo a três anos, no montante de 300 mil milhões de pesos colombianos (cerca de 70 milhões de euros).

Na Polónia, foi contratada uma nova linha de financiamento com o Banco Europeu de Investimento, de médio e longo prazo, com o limite de 1.500 milhões de zloty (cerca de 346 milhões de euros), para suporte parcial dos investimentos em eficiência energética das lojas Biedronka, cuja utilização irá ocorrer ao longo de 2024.

As unidades de negócio denominadas em euro e zloty, tendo apresentado excedentes líquidos de caixa significativos, puderam, ao longo do ano, obter remunerações sobre esses montantes, através da contratação de depósitos bancários e outros investimentos de curto prazo.