Materiais consumidos e iniciativas de redução

Principais materiais consumidos

Em 2023, o consumo total de materiais cresceu 7,1% em termos absolutos, devido sobretudo ao aumento das vendas de artigos de Marca Própria. No entanto, e face a 2022, registámos uma redução de 11,2% no consumo de materiais em toneladas por cada milhão de euros de vendas.

Ainda em 2023, as embalagens de serviço e de produtos de Marca Própria incorporaram 43,7% de materiais reciclados (mais 1,0 p.p. face a 2022), sendo papel e cartão, plástico e vidro os mais representativos. Nas embalagens de papel e cartão, 82% dos materiais utilizados são reciclados. No total, foram utilizadas cerca de 220 mil toneladas de materiais reciclados, mais 10,5% do que no ano anterior.

Plásticos de Utilização Única (PUU)

No caso concreto dos plásticos, assumimos voluntariamente diversos compromissos que resultam da nossa subscrição do New Plastics Economy Global Commitment e da nossa participação no Pacto Português para os Plásticos, no Pacto Polaco para os Plásticos (através da Biedronka), no Pacto Colombiano para os Plásticos (através da Ara) e no Plastic Waste Coalition of Action do The Consumer Goods Forum. No seu conjunto, estes compromissos foram definidos com o objetivo de reduzir a entrada e saída de recursos utilizados, garantindo a promoção da circularidade, segundo uma lógica de hierarquia de gestão de resíduos: redução, reutilização e reciclagem.

Deste modo, assumimos o compromisso de, até 2025:

• garantir que todas as embalagens de plástico dos produtos de Marca Própria sejam reutilizáveis ou recicláveis;
• incorporar pelo menos 25% de conteúdo reciclado nas embalagens de plástico dos produtos de Marca Própria;
• reduzir em 10%, face a 2018, o consumo específico de plástico medido em toneladas de embalagens de plástico por cada milhão de euros de volume de negócios;
• reduzir o plástico virgem utilizado nas embalagens dos produtos de Marca Própria em 15%, face a 2018.

No plástico de utilização única (PUU), verificou-se um aumento do consumo de 11,6%, face a 2022. Em 2023, o plástico foi responsável por 35,7% dos materiais usados nas quatro categorias de embalagens (Marca Própria, serviço, sacos de caixa e filme de paletização¹). Do total de plástico utilizado, 19.713 toneladas correspondem a plástico reciclado, o que representa 10,7% do PUU nestas categorias, e nos permitiu alcançar um outro objetivo: aumentar o conteúdo de plástico reciclado para 10% do total das embalagens de plástico sob nossa responsabilidade até final de 2023.

Em relação ao uso de plástico virgem, registamos um aumento de 9,9% face a 2022. O valor é agora 4,0% superior ao do ano de referência (2018). Nos últimos anos, as condições de mercado em matéria de recolha de resíduos de embalagem e de quantidade de plástico reciclado disponível para reincorporação em novas embalagens, em especial para contacto alimentar, pouco evoluíram nos países onde temos operações.

Por este motivo, antevemos dificuldades em atingir, até 2025, os nossos compromissos relacionados com este tópico: assegurar pelo menos 25% de plástico reciclado nas embalagens deste material e reduzir em 15% a utilização de plástico virgem. Atingimos uma redução de 33% no consumo de plástico (medido em toneladas por cada milhão de euros de vendas) face a 2018, em linha com o nosso compromisso para o triénio 2021-2023 (5% até 2023).

Através da aplicação da metodologia Recyclability Assessment Tool, da Ellen MacArthur Foundation, concluímos que 42% das embalagens de plástico dos nossos produtos de Marca Própria são recicláveis (mais 0,2 p.p. do que em 2022). A percentagem indicada tem em conta os diferentes polímeros e formatos de embalagens de plástico, e a existência e eficácia dos sistemas de triagem e reciclagem nos países onde temos operações.

Embora as nossas Companhias tenham concretizado inúmeros projetos de embalagem monomaterial, e mesmo havendo indústria de reciclagem instalada, continuam a não existir soluções de triagem para alguns fluxos (ex., plásticos flexíveis multicamadas em polipropileno e embalagens rígidas em poliestireno). Este facto determina que alguns formatos de embalagem de plástico se mantenham classificados como “não recicláveis” de acordo com a metodologia indicada, mesmo quando existem localmente circuitos para a triagem e reciclagem downcycling², como é o caso da Polónia e de Portugal. Para aumentar a reciclabilidade das embalagens de plástico das nossas Marcas Próprias, temos vindo a eliminar componentes problemáticos (ex.: os polímeros PVC e EPS), que comprometem a reciclagem ou que diminuem a qualidade e o valor do material reciclado. Em linha com o nosso compromisso, 91,8% das nossas embalagens estavam livres destes componentes em 2023, mais 1,2 p.p. do que em 2022.

¹ Excluindo sacos do lixo e outros PUU que não são embalagens.

² Processo de reciclagem do qual resultam materiais de qualidade inferior aos que lhes deram origem, não permitindo fabricar os mesmos produtos com a mesma qualidade, mas apenas outros que necessitam de material com menor qualidade.