Relatório e Contas 2023

O nosso contributo

O combate às alterações climáticas é uma das prioridades definidas na nossa Política Ambiental1. Os compromissos e as ações assumidas e implementadas por nós neste âmbito são detalhados nos “Respeitar o ambiente” e “Comprar com responsabilidade”.

Em 2023 submetemos as nossas metas de redução de gases com efeito de estufa (GEE), para o curto e longo prazos, à Science Based Targets Initiative (SBTi). Estimamos que o processo de validação seja concluído no primeiro semestre de 2024. Os nossos objetivos são os seguintes:

Curto prazo

  • reduzir em 55% as emissões de âmbitos 1 e 2 (Energia e Indústria) até 2033, face a 2021.
  • reduzir em 33% as emissões de âmbito 3 (Energia e Indústria) até 2033, face a 2021.
  • reduzir em 39,4% as emissões de Agricultura, Florestas e Solo (FLAG) até 2033, face a 2021.

Neutralidade carbónica2

  • reduzir em 90% as emissões de âmbitos 1 e 2 (Energia e Indústria) até 2045, face a 2021.
  • reduzir em 90% as emissões de âmbito 3 (Energia e Indústria) até 2050, face a 2021.
  • reduzir em 72% as emissões de Agricultura, Florestas e Solo (FLAG) até 2050, face a 2021.

Estas metas de redução permitem assegurar o nosso alinhamento com os objetivos da UE de redução de emissões para 2030 e com as trajetórias que a ciência climática preconiza serem necessárias para assegurar o cumprimento do Acordo de Paris.

Até ao final de 2023, trabalhámos consistentemente para cumprir as metas de redução de carbono a que nos tínhamos proposto e que eram:

  • reduzir em 40%, face a 2017, as emissões de gases com efeito de estufa (GEE), nos âmbitos 1 e 2, por cada 1.000 euros de vendas;
  • reduzir em 5%, face a 2020, as emissões de carbono resultantes do transporte de mercadorias para as lojas (em toneladas de CO2e por cada 1.000 paletes transportadas).

No final de 2023, tínhamos reduzido em 60%, face a 2017, as emissões de GEE (âmbitos 1 e 2) por 1.000 euros de vendas, cumprindo e superando a meta. Relativamente às emissões associadas ao transporte por 1.000 paletes transportadas, conseguimos uma redução, face a 2020, de 1%. Adicionalmente, reduzimos em 24,2%, face a 2017 e em valor absoluto, o total de emissões de carbono de âmbitos 1 e 2.

A prossecução dos nossos compromissos é suportada por um investimento contínuo, com ciclos de execução alinhados com o plano de negócios, por meio do qual promovemos a adoção de tecnologias de redução de carbono que permitirão a transição das nossas atividades para uma economia de baixo carbono. A maior parte desta despesa destina-se à aquisição de bens e serviços de atividades económicas relacionadas com a eficiência energética e as tecnologias de energias renováveis.

A eficiência energética é parte integrante das atividades de construção e remodelação das nossas instalações, em particular lojas e centros de distribuição nos países onde operamos. As medidas implementadas incluem a instalação de equipamentos de elevada eficiência energética, sistemas de recuperação de calor e conservação de frio para dispositivos de refrigeração, controladores de velocidade dos motores dos equipamentos de refrigeração e iluminação LED.

Investimos ainda na instalação de painéis solares fotovoltaicos para geração de eletricidade renovável que alimenta as nossas lojas e centros de distribuição. No final de 2023, estas tecnologias estavam instaladas em cerca de 780 sites na Polónia, Portugal e Colômbia, e abasteciam, regra geral, entre 5% a 45% do consumo destes sites. Também em 2023, no primeiro ano (de 15) do contrato de aquisição virtual de energia (VPPA – Virtual Power Purchase Agreement), a Biedronka garantiu o fornecimento de 55 GWh (198 mil GJ) de energia renovável, evitando a emissão de 37,5 mil toneladas de CO2e. Desde julho de 2018 que adquirimos eletricidade renovável 100% certificada para alimentar as necessidades das nossas operações em Portugal, o que evitou a emissão de 120 mil toneladas de CO2e.

Embora a Taxonomia ainda não identifique como elegíveis nem defina critérios técnicos de avaliação para estas tecnologias, a diminuição das fugas de gases de refrigeração dos nossos equipamentos de aquecimento, ventilação, ar condicionado e frio industrial também assume um papel relevantes na redução da nossa pegada de carbono. Em 2023, as emissões provenientes deste tipo de equipamentos representaram cerca de 11% das emissões de âmbitos 1 e 2.

Desde 2015 que estabelecemos um plano global para a substituição de gases de refrigeração com elevado poder de aquecimento global (PAG) por gases de refrigeração naturais (ex., dióxido de carbono, amónia ou propano) ou com baixo PAG (ex.: R407f). No final de 2023, 4.875 das nossas lojas e plataformas tinham congeladores que recorriam exclusivamente a propano. Adicionalmente, 2.953 lojas e 24 centros de distribuição e unidades industriais utilizavam gases de refrigeração natural nos seus sistemas de frio.

A par da gestão dos gases de refrigeração nestes equipamentos, implementámos outras medidas de eficiência energética que não são ainda consideradas no Ato Delegado do Clima, e que também constituem um importante contributo para o atingimento das metas da Comissão Europeia, nomeadamente:

  • a instalação de equipamentos com um melhor desempenho energético (ex., móveis refrigerados e arcas congeladoras com portas e tampas que evitam o desperdício de energia);
  • a comercialização de produtos e embalagens com certificações de sustentabilidade, que asseguram a implementação de boas-práticas agrícolas, de produção e/ou que não estão associadas à desflorestação ou à conversão de ecossistemas de elevado valor de conservação;
  • os trabalhos que temos desenvolvido com os nossos fornecedores para a promoção de práticas agrícolas sustentáveis e de erradicação da desflorestação nas nossas cadeias de abastecimento3.

1 Disponível para consulta na área de “Responsabilidade” em www.jeronimomartins.com/pt/responsabilidade/.

2 Inclui a neutralização das emissões residuais de gases com efeito de estufa.

3 De acordo com o regulamento da UE relativo às cadeias de abastecimento de produtos não associados à desflorestação, estima-se que a desflorestação seja responsável por cerca de 11% do total de emissões mundiais de carbono e que cerca de metade destas estão ligadas à produção agrícola.

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