Relatório e Contas 2024

Jerónimo Martins no mercado de capitais

As expectativas de cortes nas taxas de juros pela Reserva Federal (Fed) nos Estados Unidos da América (EUA) e a flexibilização monetária pelo Banco Central Europeu (BCE) apesar da inflação mais elevada do que o esperado na região dominaram as agendas dos mercados de capitais ao longo de 2024.

Logo no início do ano, as tensões no Mar Vermelho ameaçaram impactar negativamente os mercados globais de petróleo, aumentando os riscos de inflação. Apesar disso, o índice MSCI atingiu máximos de dois anos, o Euro Stoxx 50 valorizou para máximos de 20 anos e o S&P 500 estabeleceu novos recordes, com o quarto recorde consecutivo a registar-se logo em janeiro.

Os mercados europeus demonstraram particular robustez no primeiro trimestre do ano, para a qual terá contribuído a leitura preliminar da inflação na zona euro, que reforçou o otimismo em torno dos cortes de taxas de juro por parte do BCE.

O ano também foi marcado pelo fortalecimento do dólar. Em junho, o índice Bloomberg, que mede o desempenho do dólar em relação às principais moedas mundiais, atingiu um novo máximo, impulsionado pelo diferencial de taxas de juro da Fed, em comparação com outros bancos centrais.

Apesar dos resultados positivos para a maioria dos mercados de ações, o mês de outubro apresentou uma tendência negativa, com o aumento dos níveis de incerteza imediatamente antes da eleição presidencial dos EUA.

No final do ano, a volatilidade aumentou com a ameaça de tarifas sobre produtos importados nos EUA.

Os mercados acionistas globais apresentaram, assim, um movimento negativo nos últimos dias de 2024, revertendo, ainda que de forma ligeira, os ganhos significativos registados na generalidade dos índices ao longo de um ano marcado por máximos históricos em diversas geografias e pelo apetite por ativos de risco.

O S&P 500 atingiu 57 máximos históricos e valorizou 23,3% em 2024, o segundo ano consecutivo de ganhos acima dos 20%, que só aconteceu por quatro vezes nos últimos 100 anos, a última das quais em 1997-98.

Embora os mercados de ações da Europa também tenham registado um desempenho positivo em 2024, os mercados americanos superaram significativamente os europeus, beneficiando de um forte crescimento económico, de avanços tecnológicos e de cortes nas taxas de juro.

Nas bolsas europeias, o ano de 2024, embora marcado por máximos históricos em vários índices, registou valorizações muito menos acentuadas. O Stoxx 600 valorizou 6%, sendo o diferencial para o S&P 500 a mais pronunciada deste século. Vários aspetos podem ter contribuído para este desfasamento, como a falta de componentes tecnológicas, a instabilidade política, o abrandamento da economia chinesa e as tensões geopolíticas.

A turbulência política, nomeadamente em França, acresce pressão à UE que, ao iniciar 2025, lida também com a queda do governo alemão a semanas do retorno de Donald Trump à Casa Branca.

Caracterização do título

Caracterização do título

Bolsa em que está cotada

 

Euronext Lisbon

Data de Entrada em Bolsa

 

novembro de 1989

Capital Social (€)

 

629.293.220

Valor Nominal

 

1,00 €

N.º Ações Emitidas

 

629.293.220

Símbolo

 

JMT

Códigos

 

ISIN

 

PTJMT0AE0001

 

Reuters

 

JMT.LS

 

Bloomberg

 

JMT PL

 

Sedol

 

B1Y1SQ7

 

WKN

 

878605

A ação de Jerónimo Martins está presente em mais de 140 índices internacionais de sustentabilidade, que reconhecem os compromissos assumidos pelo Grupo e o seu desempenho nas dimensões ambiental, social e de governo da sociedade (ESG, na sigla inglesa), dos quais se destacam, entre outros, o Euronext Sustainable Europe 120 e o Euronext Climate Europe ambos da Euronext, e os índices FTSE4Good Developed e FTSE4Good Europe.

Em 2024 o Grupo integrou, pela primeira vez, o índice FTSE Diversity & Inclusion Index – Top 100, um índice de referência que lista as 100 empresas cotadas em bolsa com melhor desempenho na promoção de locais de trabalho inclusivos, sendo a única empresa portuguesa a figurar neste índice. Mantivemo-nos, também, no índice Global Child Forum no patamar de “Leadership”, melhor classificação possível, sendo a empresa portuguesa melhor classificada.

A avaliação anual realizada pelo CDP atribuiu ao Grupo Jerónimo Martins a classificação máxima (nível A) no combate às alterações climáticas (Climate Change) e o nível de liderança (nível A-) tanto na gestão da água enquanto recurso crítico (Water Security) como na gestão das commodities mais associadas ao risco de desflorestação (Forests): óleo de palma, papel e madeira, gado bovino e soja. Além das ações desenvolvidas ao longo do ano de 2024, a distinção reconhece a transparência no respetivo reporte.

A presença de Jerónimo Martins nestes e noutros índices relevantes pode ser consultada no nosso website na área de “Reconhecimento”.

Estrutura de capital

Para informação sobre a estrutura de capital de Jerónimo Martins, consultar a Secção A – Estrutura Acionista deste Relatório e Contas.

Desempenho do PSI

Em 2024, o PSI apresentou uma evolução marcada por forte volatilidade. No início do ano, o índice sofreu uma quebra significativa, tendo entrado numa trajetória crescente a partir de março. Esta tendência foi interrompida por uma acentuada diminuição em junho, que foi parcialmente absorvida pelo crescimento observado em julho.

De um modo geral, o desempenho do PSI em 2024 foi influenciado por uma combinação de crescimento económico mais lento, desafios específicos relacionados com o setor energético e incertezas políticas, levando o índice a fechar em ligeira queda, num ano positivo para os índices mundiais.

Na revisão de março da Euronext não houve alteração na composição do PSI. No entanto, em novembro, e após a liquidação da oferta pública geral e obrigatória lançada à Greenvolt, esta deixou de ter capital disperso em bolsa, passando o índice português a contar com 15 empresas emitentes.

A variação homóloga do PSI (-0,3%) levou a que o índice registasse um dos piores desempenhos quando confrontado com o benchmark europeu, exceção feita aos índices de referência polaco (WIG 20: -6,4%) e francês (CAC 40: -2,2%).

Desempenho da ação Jerónimo Martins

Enquanto os primeiros cinco meses do ano tiveram um impacto misto no desempenho da ação de Jerónimo Martins, os meses de junho e julho foram particularmente negativos, nomeadamente após a publicação dos resultados do primeiro semestre (a 24 de julho após o fecho de mercado) que vieram confirmar as perspetivas antecipadas pela empresa, e levaram à revisão, por parte de analistas e investidores, das suas expectativas, nomeadamente no que respeita ao contexto operacional na Polónia.

A ação terminou o ano com uma cotação de 18,45 euros, que traduz uma redução de 19,9% face ao fecho do ano anterior, tendo apresentado uma trajetória positiva nos últimos meses do ano.

Em 2024, Jerónimo Martins registou um volume de transações, na Euronext Lisbon, na ordem dos 213 milhões de ações. Este volume corresponde a uma média diária de cerca de 832 mil ações (27% acima do volume médio diário do ano anterior). O preço médio registado foi de 18,87 euros (15,3% inferior ao de 2023).

As ações de Jerónimo Martins representaram o equivalente a 12,7% (ou seja, cerca de 4 mil milhões de euros) do volume global de negócios transacionado no PSI em 2024.

Desempenho do preço das acções (gráfico)

Em termos de capitalização bolsista, com 11,6 mil milhões de euros (14,5 mil milhões de euros em 2023), Jerónimo Martins encerrou o ano com a segunda maior representatividade no PSI e um peso relativo de 11,5% no índice (que compara com 12,5% em 2023). A Companhia é uma das quatro empresas portuguesas que integram o índice Euronext100, tendo descido o seu peso para 0,32% (face a 0,37% em 2023).

Analistas

A 31 de dezembro de 2024 havia 27 analistas com cobertura ativa da ação de Jerónimo Martins, em comparação com 25 no final de 2023.

O preço-alvo médio atribuído por estes analistas era de 21,20 euros, cerca de 15% acima da cotação de fecho a 31 de dezembro de 2024 (18,45 euros).

A evolução das recomendações e preços-alvo emitidos pelas diversas instituições pode ser consultada no nosso website.

Recomendações (gráfico de barras)
Desflorestação
O desbravamento extenso de florestas. Isto pode acontecer por várias razões, como a criação de terras agrícolas para culturas e gado, a extração de madeira e o desenvolvimento de infraestruturas como estradas e zonas urbanas.

Tópicos general

Filtro de tópicos

Tópicos general

Tópicos esrs

Resultados