O nosso envolvimento constante no apoio às comunidades envolventes dá-nos uma visão real e de proximidade da evolução dos problemas sociais das comunidades e das necessidades dos beneficiários, maioritariamente pertencentes a grupos em risco de exclusão social e de marginalização. Este diálogo, em que essencialmente auscultamos as perspetivas de quem lida diariamente com a comunidade, molda a nossa estratégia de apoio de forma a potenciar ao máximo o impacto nas comunidades através dos nossos produtos e atividades.
O diálogo com representantes legítimos das comunidades nas quais operamos decorre de formas diferentes. No caso das instituições com protocolos estabelecidos com a Holding, são realizadas visitas anuais às suas instalações para avaliar in loco a qualidade das infraestruturas e do serviço prestado às pessoas apoiadas. Este diálogo é agendado anualmente e também sempre que se considere necessário, por email ou telefone.
Em Portugal, o Pingo Doce desenvolveu um questionário dirigido às instituições apoiadas para compreender que necessidades apresentam e convidá-las a participar numa campanha em loja para recrutar voluntários, a decorrer oportunamente. Em 2024, e no âmbito do projeto “Alimenta o Bairro”, o Pingo Doce preparou um conjunto de workshops com vista a apurar a visão das instituições sobre os procedimentos de apoio estabelecidos pela Companhia, os géneros alimentares mais valorizados e mais necessários, a capacidade das instituições para levantar os produtos em loja e quais as formas de colmatar os pontos de melhoria identificados.
Na Colômbia, a Ara analisa os indicadores sociais mais relevantes no país, como a pobreza monetária, a pobreza multidimensional, a insegurança alimentar e a má-nutrição, para canalizar os seus esforços para os desafios identificados. Antes de estabelecer projetos concretos, a Ara seleciona e colabora com partes interessadas, líderes de opinião e organizações não-governamentais (ONG) reconhecidas por atuarem nos domínios identificados (ex., UNICEF, Instituto Colombiano de Bem-Estar Familiar, secretarias de integração social e associações de bancos alimentares), reconhecendo que essas parcerias são cruciais para alavancar conhecimento e recursos e, assim, desenhar soluções impactantes. A Ara também consulta frequentemente as comunidades envolventes das lojas da Companhia, com o objetivo de identificar e planear as suas intervenções locais, incorporando, sempre que possível, as expectativas destas partes interessadas nos seus processos de tomada de decisão. Este processo é a base da criação do projeto “1 Millón de Razones”.
Dada a nossa presença internacional e a diversidade das nossas atividades, existem diversos responsáveis pelo envolvimento no diálogo com as entidades sociais apoiadas1. Destacamos a Environmental Protection and Sustainable Development Director, na Biedronka, a Corporate Events and Social Investment Senior Manager, na Holding do Grupo, o Diretor de Comunicação Externa e Responsabilidade Social na Ara, e a Diretora de Desenvolvimento Sustentável e Impacto Local do Pingo Doce, que detém a gestão da área de Impacto e Desenvolvimento Local. Nas restantes Companhias, o diálogo e envolvimento com as entidades apoiadas é feito por intermédio dos gestores desses projetos nas Companhias, razão pela qual não são enunciados.
A metodologia Business for Societal Impact (B4SI), que usamos para medir o impacto social, envolve a auscultação anual das entidades apoiadas mediante um questionário, que visa, entre outras coisas, conhecer as formas de alocação do apoio prestado e os diferentes tipos de impacto nos beneficiários e nas instituições da comunidade. O questionário dispõe de um campo de resposta aberta que as instituições podem utilizar para transmitir mensagens ou pedidos ao Grupo ou às suas Companhias.
Os critérios da metodologia B4SI são aplicados a cada uma das instituições que apoiamos anualmente com um valor superior a seis mil euros. Também avaliamos através desta metodologia os nossos programas de capacitação dirigidos a pessoas em situação de vulnerabilidade social (pessoas com deficiência ou em situação de desemprego, por exemplo), de modo a reforçar a sua capacidade de integração no mercado laboral.
Em 2024, estimamos que os cerca de 79,6 milhões de euros2 atribuídos a 515 organizações tenham impactado positivamente mais de 2,3 milhões de pessoas. A maior parte dos apoios foi constituída por doações em géneros e direcionada à resposta a situações de emergência social.
Tipo
Âmbito
Impactes nos Beneficiários
Benefícios para as Instituições
Tal como em anos anteriores, a maioria (84%) dos beneficiários inquiridos pelas instituições que todos os dias apoiam pessoas em situação de vulnerabilidade reportou impactos positivos na sua qualidade de vida. Também as instituições relatam que o apoio que concedemos lhes permitiu uma maior disponibilidade para os seus beneficiários e uma melhoria no cumprimento da missão da sua organização.
Um outro indicador que consideramos para a avaliação do nosso impacto social é o apoio que os nossos colaboradores dão a beneficiários de instituições que apoiam pessoas em situação de vulnerabilidade (desemprego ou deficiência, por exemplo). Ao longo de 2024, 271 colaboradores em Portugal e na Polónia participaram como tutores em programas de capacitação profissional em contexto real de trabalho, correspondendo a mais de 65 mil horas de tutoria que equivalem a um investimento no valor de mais de 2,5 milhões de euros3.
No envolvimento com as comunidades, dispomos de canais de comunicação de forma a possibilitar o diálogo e conhecer melhor os desafios que as comunidades locais enfrentam. Destacam-se os mecanismos de proximidade e relação interpessoal, como reuniões e conferências presenciais com as entidades, até aos instrumentos de comunicação à distância, como uma ferramenta para que os pedidos de apoio enviados por e-mail sejam redirecionados para as áreas de sustentabilidade das Companhias e da Holding. Há também contactos disponíveis em centros regionais, centros de distribuição e lojas.
De acordo com a nossa Política de Comunicação de Irregularidades, toda e qualquer pessoa que proceda a uma comunicação mediante os canais de comunicação disponíveis pelo Grupo, encontra-se ao abrigo do princípio da confidencialidade, e não retaliação. Para informação mais detalhada relativamente aos canais de comunicação disponíveis no Grupo consultar a página “Envolvimento com os stakeholders e canais de comunicação” .
1 Para informação mais detalhada sobre os responsáveis do envolvimento com as partes interessadas, consultar “Governo e estratégia”.
2 Este valor corresponde a atividades/projetos medidos junto das instituições e seus beneficiários apoiados pelas diferentes Companhias do Grupo, havendo um limite mínimo a partir do qual se considera poderem ser obtidos dados significativos de impactos sociais. Assim, não corresponde ao montante total de apoios concedido por Jerónimo Martins. Este valor também considera o apoio a entidades que desenvolvem projetos junto de populações vulneráveis cujo valor corresponde a uma quotização e não donativo.
3 Para mais detalhes sobre mentoria e capacitação profissional, consultar “Inclusão de minorias”.