Iniciativas multi-stakeholder de preservação de ecossistemas
O nosso investimento em iniciativas multi-stakeholder teve continuidade em 2024, em linha com os dez princípios estabelecidos pela FPCoA. O intuito deste investimento é a preservação e a regeneração de ecossistemas.
Paisagens sustentáveis no Mato Grosso (Brasil)
Em 2024, de acordo com os objetivos da FPCoA do CGF, mantivemos o nosso apoio financeiro ao projeto no Mato Grosso – o Estado com maior produção agrícola do Brasil –, em parceria com o Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazónia (IPAM), a Nestlé e a Sainsbury’s. Esta iniciativa segue os dez princípios estabelecidos pela Coligação e, em 2024, permitiu desenvolver um modelo de governação local em mais dois municípios – Diamantino e Alto do Paraguai – e consolidar o mesmo nos municípios de Campos de Júlio, Campo Novo de Parecis, Sapezal e Tangara da Serra.

O projeto é alavancado pela Estratégia PCI: Produzir, Conservar e Incluir, da responsabilidade do governo estadual do Mato Grosso. Consiste num plano de ação para reduzir a desflorestação, alcançar os compromissos de sustentabilidade na cadeia de abastecimento e promover o desenvolvimento económico e social de pequenos agricultores e comunidades indígenas.
Através deste projeto, a produção de soja de algumas propriedades do Mato Grosso obteve certificação RTRS. Foram também implementadas técnicas de agricultura regenerativa, que promovem o sequestro de carbono, a melhoria da fertilidade do solo e a redução da necessidade de utilização de produtos químicos.
Um dos progressos registados no Mato Grosso foi a construção de um viveiro de sementes para promover a restauração de áreas degradadas. Esta ação tem o objetivo de promover sistemas agroflorestais que otimizam o uso do solo, através do equilíbrio entre a conservação do ecossistema e a produção agrícola.
No âmbito das salvaguardas sociais, foi desenvolvido um guia sobre os direitos humanos dos povos indígenas e das comunidades locais, para promover o respeito pelas suas especificidades culturais e sociais nos processos de restauração de áreas degradadas e na produção de soja.
Por fim, destacamos a revisão da legislação municipal de Tangará da Serra relativa aos pagamentos por serviços de ecossistemas. Esta alteração permitiu ampliar as opções de pagamento e deu prioridade aos esforços dos agricultores na manutenção das bacias hidrográficas mais críticas.
O progresso alcançado evidencia o sucesso das estratégias colaborativas baseadas na governação participativa, na inovação técnica e no envolvimento da comunidade.
Apoio a projetos de proteção da biodiversidade e regeneração de ecossistemas

Enquanto especialistas na comercialização de produtos perecíveis – como carne, pescado, frutas e legumes – sabemos que as nossas atividades dependem diretamente da biodiversidade e dos serviços prestados pelos ecossistemas. Estamos também cientes do impacto que os nossos negócios podem gerar nesses mesmos ecossistemas naturais. Para avaliar os riscos inerentes, utilizamos a metodologia Ecosystem Services Review desenvolvida pelo World Resources Institute. Esta abordagem permitiu identificar 11 áreas prioritárias de atuação, como culturas agrícolas, polinização, produção animal, pesca extrativa e aquacultura. As prioridades foram definidas com base nas dependências e nos impactos das atividades das empresas do Grupo, bem como das respetivas cadeias de abastecimento, nos serviços dos ecossistemas.
Em 2024, apoiámos 11 projetos (7 em Portugal, 2 na Polónia e 2 na Colômbia) de recuperação de habitats naturais, proteção da diversidade biológica e sensibilização ambiental com mais de 327 mil euros. Selecionámos os projetos com base em critérios ambientais e realizamos o mapeamento da origem de matérias-primas sensíveis, como óleo de palma, soja, carne bovina e papel/madeira. Participamos também em diversas iniciativas de proteção dos ecossistemas nas principais regiões produtoras destes ingredientes.
Consulte informação mais detalhada sobre estas iniciativas aqui.