No âmbito da execução do nosso Plano de Transição Climática, implementámos um conjunto de ações com o objetivo de reduzir as nossas emissões de carbono, das quais destacamos:
- a transição para gases refrigerantes naturais e com baixo potencial de aquecimento global;
- o investimento em fontes de energias renováveis e o aumento da eficiência energética das nossas lojas;
- a transição dos combustíveis fósseis e o aumento da eficiência logística;
- a promoção da economia circular1.
Gestão de gases de refrigeração

No nosso negócio de distribuição alimentar, no qual nos distinguimos pela qualidade da oferta de perecíveis especializados, os sistemas de frio e climatização assumem uma importância central. Estes sistemas são essenciais na garantia da qualidade, segurança e preservação dos alimentos, desempenhando também um papel determinante no combate ao desperdício alimentar.
Contudo, a utilização do frio e climatização implica consumir energia e, devido às fugas decorrentes da sua operacionalização, são também emitidos gases com efeito de estufa. É para reduzir estes efeitos que investimos em equipamentos mais eficientes. No âmbito da gestão das emissões de carbono associadas à utilização de gases refrigerantes nestes sistemas, são também instaladas tecnologias de controlo de fugas e, sempre que possível, e de forma voluntária, optamos por gases de refrigeração naturais nas instalações de frio industrial ou com baixo PAG nas instalações de aquecimento, ventilação e ar condicionado.
Estabelecimentos que utilizam gases de refrigeração naturais
|
|
Número |
|
Progresso1 |
||||||||
---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|
Tipo de estabelecimento |
|
2024 |
|
2023 |
|
2024 |
|
2023 |
||||
Lojas – sistema de frio central |
|
3.439 |
|
2.953 |
|
57% |
|
52% |
||||
Lojas – equipamento autónomo |
|
5.238 |
|
4.875 |
|
86% |
|
85% |
||||
Centros de distribuição e unidades industriais – sistema de frio central |
|
26 |
|
24 |
|
70% |
|
67% |
||||
|
Em 2024, 70% dos nossos centros de distribuição e unidades industriais e cerca de 57% das lojas utilizavam gases refrigerantes naturais ou de baixo PAG nas centrais de frio. É de destacar o investimento em unidades autónomas de frio, como arcas congeladoras, presentes em cerca de 86% do nosso parque de lojas (3.489 na Biedronka, 1.404 na Ara, 305 no Pingo Doce e 40 no Recheio).
Eficiência energética e energias renováveis
Com o objetivo de reduzir as nossas emissões de carbono associadas ao consumo de energia, implementámos um conjunto de boas-práticas. O plano de remodelações e abertura de novas lojas inclui soluções como:
- tecnologias de geração de energia renovável;
- sistemas de controlo e gestão de energia;
- tecnologias de refrigeração e arcas congeladoras eficientes;
- iluminação eficiente.
Energias renováveis
|
|
Número de edifícios |
|
Energia (GJ/ano) |
|
Poupança1 (t CO2e/ano) |
||||||||||||||
---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|
Tecnologia |
|
2024 |
|
2023 |
|
2024 |
|
2023 |
|
2024 |
|
2023 |
||||||||
Painéis fotovoltaicos para autoconsumo |
|
2.101 |
|
779 |
|
295.776 |
|
113.901 |
|
35.567 |
|
15.772 |
||||||||
Pingo Doce2 |
|
36 |
|
26 |
|
48.820 |
|
29.475 |
|
2.287 |
|
1.880 |
||||||||
Recheio |
|
10 |
|
7 |
|
11.836 |
|
5.174 |
|
558 |
|
330 |
||||||||
Biedronka |
|
*1.804 |
|
728 |
|
202.420 |
|
68.887 |
|
31.604 |
|
13.050 |
||||||||
Ara |
|
249 |
|
16 |
|
26.307 |
|
4.591 |
|
818 |
|
143 |
||||||||
JMA |
|
2 |
|
2 |
|
6.393 |
|
5.774 |
|
300 |
|
368 |
||||||||
Postes de iluminação e sistema de vigilância alimentados por painéis fotovoltaicos e/ou aerogeradores |
|
9 |
|
9 |
|
584 |
|
534 |
|
27 |
|
35 |
||||||||
Pingo Doce2 |
|
1 |
|
1 |
|
130 |
|
130 |
|
6 |
|
8 |
||||||||
Recheio |
|
5 |
|
5 |
|
439 |
|
258 |
|
21 |
|
17 |
||||||||
Biedronka |
|
1 |
|
1 |
|
10 |
|
10 |
|
0,4 |
|
2 |
||||||||
JMA |
|
2 |
|
2 |
|
6 |
|
136 |
|
0,3 |
|
8 |
||||||||
Coletores solares para aquecimento das águas sanitárias e/ou utilização no sistema de ar condicionado |
|
16 |
|
17 |
|
3.952 |
|
4.020 |
|
185 |
|
256 |
||||||||
Pingo Doce2 |
|
7 |
|
7 |
|
3.399 |
|
3.399 |
|
159 |
|
217 |
||||||||
Recheio |
|
7 |
|
8 |
|
489 |
|
552 |
|
23 |
|
35 |
||||||||
JMA |
|
2 |
|
2 |
|
64 |
|
69 |
|
3 |
|
4 |
||||||||
Bombas de calor geotérmico (Biedronka) |
|
20 |
|
15 |
|
4.467 |
|
5.884 |
|
697 |
|
1.115 |
||||||||
|

Em 2024, investimos de forma significativa na instalação de painéis fotovoltaicos para autoconsumo, em particular na Polónia e na Colômbia. Os investimentos garantiram a produção de mais de 305 mil GJ, um aumento de 145% face a 2023. Desde julho de 2018 que investimos em eletricidade proveniente de fontes renováveis para alimentar as operações das nossas insígnias em Portugal, através da aquisição de Garantias de Origem (GO). Em 2024, os investimentos em painéis fotovoltaicos, em GO e outras tecnologias de origem renováveis nas diferentes Companhias evitaram a emissão de 120 mil toneladas de dióxido de carbono equivalente, enquanto a Biedronka, através de um contrato de aquisição virtual de energia (VPPA), garantiu a produção de 226 mil GJ de energia solar fotovoltaica e evitou a emissão de 35.300 toneladas de dióxido de carbono equivalente.
Também a sensibilização dos colaboradores para a valorização dos resíduos e a utilização eficiente da água e da energia contribuiu para o desempenho ambiental dos nossos estabelecimentos. O projeto “Equipas para Gestão dos Consumos de Água e Energia”, iniciado em 2011 nas lojas Pingo Doce e Recheio, permitiu reduzir os consumos de água em 493 mil m3 e os de energia em 119 mil MWh, o que equivale a uma poupança acumulada de mais de 13,8 milhões de euros2. No Pingo Doce, as ações destas equipas estão enquadradas pela iniciativa “Todos pelo Ambiente”. A Biedronka continuou o projeto “Dobra energia” (Boa energia) lançado em 2022, que incluiu um manual de boas-práticas para poupança de energia nas lojas, formação interativa para todos os colaboradores de loja, relatórios de acompanhamento de consumos de eletricidade e um chatbot dedicado a facilitar as operações diárias. O projeto “Let’s Go Green”, desenvolvido em 2015 com os mesmos objetivos, abrange os edifícios de escritórios em Portugal, Polónia e Colômbia.
O investimento em eficiência energética0 na produção de energia renovável para autoconsumo e gases refrigerantes de baixo PAG ultrapassou os 690 milhões de euros desde 2017, sendo mais de 300 milhões realizados nos últimos dois anos, traduzindo o nosso foco reforçado na redução do consumo de energia e das emissões de carbono. O nosso período de recuperação tem uma média de três anos e já evitou a emissão de mais de 1,1 milhões de toneladas de CO2e.
Para os próximos anos, e para atingir os nossos objetivos de curto prazo para os âmbitos 1 e 2, espera-se um investimento médio anual de, pelo menos, 10% do CapEx. Os investimentos relacionados com a produção no local e a aquisição de energia renovável através de Garantias de Origem, Contratos de Aquisição de Energia e Contratos de Aquisição Virtual de Energia, continuarão a crescer e representarão uma percentagem mais elevada nas despesas operacionais. Informação adicional sobre o CapEx associado a estas atividades está detalhada em “Divulgações nos termos do artigo 8.º do Regulamento (UE) 2020/852 (Regulamento Taxonomia)”.
Combustíveis fósseis e o aumento da eficiência logística
O nosso plano para reduzir as emissões de carbono associadas ao consumo de combustíveis fósseis nas operações e na logística passa por:
- aumentar a incorporação de veículos elétricos e/ou híbridos plug-in na nossa frota e aumentar a utilização de biocombustíveis e hidrogénio;
- diminuir progressivamente a utilização de combustíveis fósseis nas operações através da eletrificação dos equipamentos e/ou da utilização de biocombustíveis;
- melhorar a eficiência dos processos logísticos.

Em 2024, 12% da nossa frota de veículos ligeiros em Portugal e 1% na Polónia eram elétricos ou híbridos, em linha com o que acontecia em 2023 (11% em Portugal e 1,5% na Polónia).
Para melhorar a eficiência dos processos logísticos, estamos a otimizar as rotas de distribuição – por via do backhauling3 e fronthauling4 – e a aumentar o investimento em camiões mais eficientes.
As operações de backhauling
Milhares de km evitados
Emissões evitadas
(t CO2e)
Em 2024, as operações de backhauling evitaram que fossem percorridos 45,8 milhões de quilómetros, mais 40% do que em 2023, com a respetiva redução de emissões associada (35,8 mil toneladas de dióxido de carbono equivalente). O backhauling continua a não ter expressão na Colômbia, devido à reduzida disponibilidade de espaço nos camiões para aumentar a logística inversa. Além disso, os fornecedores não estão próximos das rotas de retorno.
O projeto de fronthauling permitiu uma poupança de cerca de 150 mil quilómetros (mais 2,7% do que em 2023) e evitou a emissão de 132 toneladas de dióxido de carbono equivalente no Pingo Doce e no Recheio.
Na Ara, o projeto de transporte de mercadorias não paletizadas para otimizar as cargas entre as instalações dos fornecedores e os centros de distribuição resultou numa poupança de mais de um milhão de quilómetros (mais 73,0% face a 2023), evitando a emissão de 1.734 toneladas de dióxido de carbono equivalente. O projeto by-truck (atrelados-extra para o transporte de mercadorias entre os centros de distribuição e as lojas mais distantes) evitou a realização de 2 milhões de quilómetros, menos 1,4% face a 2023, e consequentemente, a emissão de 1.609 toneladas de dióxido de carbono equivalente.
Distribuição das viaturas de transporte de mercadorias pelas normas Euro
Em 2024, mais de 95% dos veículos de transporte de mercadorias a que recorremos foram Euro V ou VI, um aumento de 5 p.p. face a 2023. Registou-se um aumento dos camiões Euro VI (mais 256 que em 2023). Na Colômbia, verifica-se um aumento dos camiões Euro V e Euro IV (mais 51 camiões).
Em 2024, as emissões de carbono (por mil paletes) associadas ao transporte de mercadorias para as lojas diminuíram 6,1% face a 2021, o ano base considerado. O nosso objetivo é, até ao final de 2026, reduzir em 5% as emissões de dióxido de carbono equivalente, por mil paletes transportadas, face a 2021.
Emissões de carbono associadas ao transporte de paletes
|
|
2021 |
|
2023 |
|
2024 |
---|---|---|---|---|---|---|
Transporte de mercadorias para as lojas (km) |
|
249.551.570 |
|
265.523.690 |
|
263.407.687 |
Transporte de mercadorias para as lojas (t CO2e) |
|
205.375 |
|
220.058 |
|
214.794 |
Emissões de carbono pelo transporte de mercadorias |
|
5,57 |
|
5,40 |
|
5,22 |
Descarbonização da logística
A Terra Alegre, empresa de produção de laticínios da JMA, foi distinguida, em 2024, com a primeira estrela da iniciativa Lean & Green, no seguimento do plano de descarbonização da sua logística. As emissões de CO2e nas operações logísticas da Terra Alegre reduziram 23,4% em 2023, face a 2022.
O Pingo Doce, que aderiu à Lean & Green em 2021, é a primeira empresa em Portugal e a quarta a nível europeu a conquistar as quatro estrelas. Esta distinção conseguida em 2024 é resultado da redução em 55% das emissões de dióxido de carbono equivalente (t CO2e/palete) nas suas operações logísticas em Portugal Continental, face a 2018.
A Biedronka, que também aderiu à Lean & Green em 2021, já tinha sido distinguida com a atribuição de uma estrela em 2022, como resultado de uma redução de 20% nas emissões das atividades logísticas em oito centros de distribuição no período 2017-2020. Em 2024, a Biedronka foi premiada com a segunda estrela Lean & Green após reduzir em mais 12% as emissões de carbono nas atividades logísticas no período de 2021-23. Para obter a segunda estrela, a Biedronka teve 3 anos para demonstrar a manutenção da redução de 20% de emissões de GEE e atingir uma redução adicional de 10% de CO2e no espaço de 3 anos, abrangendo 12 centros de distribuição de um total de 17, o equivalente a pelo menos 65% do volume transportado, de acordo com os critérios do programa.
A Lean & Green é uma iniciativa europeia que pretende alcançar a neutralidade carbónica nas atividades logísticas até 2050.
1 A informação sobre as nossas ações de promoção da economia circular encontra-se em “Utilização dos recursos e economia circular”.
2 Valor calculado com base em relatórios regulares de benchmarking interno do qual foram excluídas as lojas remodeladas em 2023 e 2024 pelo facto de os consumos não serem comparáveis .
3 Após entrega de produtos nas nossas lojas, a rota de regresso inclui a passagem pelas instalações de fornecedores do Grupo para recolher mercadorias e transportá-las até ao centro de distribuição.
4 Após a entrega de produtos nos nossos centros de distribuição, a rota de regresso dos fornecedores às suas instalações inclui a passagem pelas lojas do Grupo para entregar mercadoria. Este projeto só existe em Portugal.