Relatório e Contas 2024

Governo e estratégia

Vários mecanismos e funções internas colaboram para assegurar que o nosso modelo de governo de sustentabilidade é acompanhado, apoiado e gerido de forma eficaz. O Conselho de Administração mantém a autoridade sobre as matérias de gestão estratégica do Grupo, em particular as relacionadas com a definição de políticas gerais do Grupo e da estrutura corporativa. O Conselho tem como objetivo assegurar a sustentabilidade económica, financeira, social e ambiental dos objetivos de longo prazo da Companhia, contribuindo também de forma eficaz para a comunidade em geral. O Conselho de Administração é composto por onze membros (quatro mulheres e sete homens) eleitos para o mandato 2022-2024.

A nomeação e substituição dos membros do Conselho de Administração é decidida na Assembleia Geral Anual de Acionistas. A Sociedade incentiva a que as propostas a apresentar pelos acionistas para o novo mandato dos órgãos sociais sejam fundamentadas quanto à adequação dos perfis, conhecimentos e currículos para a/as função/ões a desempenhar por cada candidato. Como tal, as propostas submetidas devem mencionar estes elementos, nomeadamente para fundamentar as nomeações com base na adequação do perfil, nas competências e no currículo, tendo em consideração últimos cinco anos de experiência. Jerónimo Martins apela ainda aos seus acionistas para que, na construção das propostas que venham a apresentar para os novos mandatos dos órgãos sociais, considerem requisitos de diversidade, dando particular atenção à diversidade de género, nos termos da lei, e que contribuam igualmente para a melhoria de desempenho de tais órgãos e para o equilíbrio da sua composição, para além de observarem, nomeadamente, critérios de competência, independência, integridade, disponibilidade, e experiência. O Grupo considera que os seus acionistas mantiveram a salvaguarda da diversidade de género, a diversidade etária, a diversidade de habilitações e a diversidade de antecedentes profissionais.

No que diz respeito à experiência e conhecimentos em matéria de sustentabilidade, o Conselho de Administração assegurou, no período 2022-2024, a inclusão destas competências na sua composição. Uma das administradoras não-executivas do Grupo possui um vasto conhecimento e qualificações neste âmbito, contando com mais de 20 anos de experiência nas áreas da gestão, consultoria e sustentabilidade. Do ponto de vista da gestão, diferentes direções funcionais contribuem para assegurar o alinhamento e incorporação de questões de sustentabilidade nos nossos negócios, das quais destacamos a Direção de Comunicação e Responsabilidade Corporativas, que desenvolve a estratégia de sustentabilidade do Grupo, reforçando a sua reputação e alinhando práticas de gestão responsável em todas as Companhias, nas suas operações e ao longo da cadeia de valor, e a Chief Corporate Communications and Responsibility Officer do Grupo, que responde diretamente ao Conselho de Administração.

A Comissão de Governo da Sociedade e Responsabilidade Corporativa (CGSRC) é o órgão de supervisão do Grupo em questões de sustentabilidade e colabora diretamente com o Conselho de Administração. Este órgão é responsável por avaliar e propor linhas de orientação estratégica, acompanhando e supervisionando de modo permanente as matérias relativas: i) ao governo societário, responsabilidade social, ambiente e ética; ii) à sustentabilidade dos negócios do Grupo; iii) aos códigos internos de ética e de conduta; e iv) aos sistemas de avaliação e resolução de conflitos de interesses, nomeadamente no que respeita a relações entre a Sociedade e os seus acionistas ou outros stakeholders. Nas reuniões agendadas, a Direção de Comunicação e Responsabilidade Corporativas apresenta uma recapitulação dos resultados e estatísticas conhecidos até à data pela CGSRC, bem como uma visão geral da forma como a direção está a implementar medidas e ações para abordar as tendências e questões emergentes em matéria de sustentabilidade.

Adicionalmente, cada uma das Companhias do Grupo1 possui Comités de Sustentabilidade dedicados, que realizam reuniões regulares com uma frequência de duas a quatro por ano, em função do volume de negócios que representam para o Grupo e do impacto que as suas atividades possam ter na estratégia de sustentabilidade do Grupo. Estas reuniões têm como objetivo definir estratégias de atuação e estabelecer objetivos de desempenho, cujos progressos são divulgados por forma a implementar oportunidades de melhoria contínua. Os Comités de Sustentabilidade são constituídos por diretores das Direções Funcionais de cada Companhia. No total, foram realizadas 27 reuniões em 2024.

Para saber mais sobre a composição, experiência e papel dos órgãos de administração, gestão e supervisão envolvidos em matéria de sustentabilidade, a forma como estes órgãos são informados sobre questões relacionadas com sustentabilidade e como estas questões são abordadas, consulte “Estrutura Acionista”, “Órgãos Sociais e Comissões” e “Organização Interna”.

A nossa Sociedade está empenhada em integrar o desempenho em matéria de sustentabilidade nos regimes de incentivos, garantindo que os nossos objetivos ambientais e sociais se refletem nos objetivos e incentivos dos nossos colaboradores e equipas. O processo de avaliação de desempenho do Administrador-Delegado é anual, com acompanhamento trimestral, que é disponibilizado à Comissão de Vencimentos. Estas avaliações são sustentadas por evidências concretas e envolvem uma monitorização regular da execução e cumprimento de objetivos, que incluem metas de sustentabilidade, sendo a inclusão da Sociedade em índices ESG específicos o principal indicador de desempenho. De acordo com a política de remunerações, este indicador de desempenho faz parte de um conjunto de indicadores-chave que têm um peso de 50% na remuneração variável anual do Administrador-Delegado. O cumprimento de objetivos relacionados com o clima e outros objetivos de responsabilidade corporativa fazem parte do regime de incentivos dos colaboradores em funções que influenciam a definição e/ou implementação dos compromissos e metas climáticas do Grupo.

Para mais informações sobre a forma como integramos a performance de sustentabilidade nos regimes de incentivos, consulte “Remunerações”.

Para cumprir as recomendações europeias em matéria de dever de diligência, temos vindo a implementar nas Companhias do Grupo um conjunto de medidas que permitem prevenir e mitigar os impactes negativos da nossa atividade no ambiente, bem como nas áreas de direitos humanos, laborais e outros aspetos sociais. Este processo de diligência devida segue as Diretrizes da OCDE para as Empresas Multinacionais e os Princípios Orientadores das Nações Unidas sobre Empresas e Direitos Humanos.

Principais procedimentos de diligência devida em vigor

Elementos fundamentais
da diligência devida
em sustentabilidade

 

Localização na declaração de sustentabilidade

a) Integração da devida diligência em matéria de sustentabilidade no governo, na estratégia e no modelo de negócio

 

Divulgações nos termos do artigo 8.º do Regulamento (UE) 2020/852 (Regulamento Taxonomia): Salvaguardas mínimas
GOV-1 Papel dos órgãos de administração, de direção e de supervisão
GOV-2 Informações prestadas e questões de sustentabilidade abordadas pelos órgãos
GOV-3 Integração do desempenho em matéria de sustentabilidade nos regimes de incentivos
MDR-P Visão geral de políticas
E1-1 Plano de transição para a atenuação das alterações climáticas
E1-2 Políticas relacionadas com a atenuação das alterações climáticas e a adaptação às mesmas
E5-1 Políticas relacionadas com a utilização de recursos e economia circular
E2-1 Políticas relacionadas com a poluição
E3-1 Políticas relacionadas com os recursos hídricos e marinhos
E4-2 Políticas relacionadas com a biodiversidade e os ecossistemas
S1-1 Políticas relacionadas com a mão de obra própria
S3-1 Políticas relacionadas com as comunidades afetadas
S4-1 Políticas relacionadas com consumidores e utilizadores finais
G1-1 Cultura empresarial e políticas de conduta empresarial

b) Colaborar com os stakeholders afetados em todas as etapas fundamentais da diligência devida

 

S1-2 Processos para dialogar com os próprios trabalhadores e os representantes dos trabalhadores sobre impactos
S3-2 Processos para dialogar com as comunidades afetadas sobre impactos
S4-2 Processos para dialogar com os consumidores e utilizadores finais sobre impactos
G1-2 Gestão das relações com os fornecedores

c) Identificar e avaliar impactos adversos

 

SBM-3 Impactos, riscos e oportunidades materiais e sua interação com a estratégia e o modelo de negócio
E1-9 Efeitos financeiros previstos dos riscos materiais físicos e de transição e potenciais oportunidades relacionadas com o clima
E5-6 Efeitos financeiros previstos dos impactos, riscos e oportunidades relacionados com a utilização dos recursos e com a economia circular
S1-3 Processos para corrigir os impactos negativos e canais para os próprios trabalhadores expressarem preocupações
S4-3 Processos para corrigir os impactos negativos e canais para os consumidores e utilizadores finais poderem expressarem preocupações

d) Tomar ações para lidar com estes impactos adversos

 

E1-3 Ações e recursos relacionados com as políticas em matéria de alterações climáticas
E2-2 Ações e recursos relacionados com a poluição
E3-2 Ações e recursos relacionados com os recursos hídricos e marinhos
E4-3 Ações e recursos relacionados com a biodiversidade e os ecossistemas
E5-2 Ações e recursos relacionados com a utilização dos recursos e a economia circular
S1-4 Tomada de medidas sobre os impactos materiais na mão de obra própria e abordagens para atenuar os riscos materiais e procurar oportunidades relacionadas com a mão de obra própria, bem como a eficácia dessas medidas
S3-3 Processos para corrigir os impactos negativos e canais para as comunidades afetadas expressarem preocupações
S3-4 Tomar medidas sobre os impactos materiais nas comunidades afetadas e abordagens para gerir os riscos materiais e procurar oportunidades relacionadas com as comunidades afetadas, bem como eficácia dessas ações
S4-4 Adoção de medidas sobre impactos significativos nos consumidores e utilizadores finais, e abordagens para gerir os riscos materiais e procurar oportunidades materiais relacionadas com consumidores e utilizadores finais, e eficácia dessas ações
As medidas tomadas em relação aos impactos materiais, as abordagens para gerir os riscos materiais e procurar oportunidades materiais e a eficácia dessas medidas, relacionadas com:
temas ambientais como alterações climáticas, poluição, recursos hídricos e marinhos, biodiversidade e ecossistemas são descritos mais pormenorizadamente no subcapítulo 3. “Informação ambiental”, nas respetivas subsecções da secção 5.3.2. “Como gerimos os tópicos ambientais” neste capítulo.
mão de obra própria, comunidades afetadas e consumidores e utilizadores finais são descritos mais pormenorizadamente no subcapítulo 4. “Informação social”, nas respetivas subsecções do subcapítulo 4.2.”Como gerimos os tópicos sociais” neste Capítulo.

e) Acompanhar a eficácia destes esforços e comunicar

 

E1-4 Metas relacionadas com a atenuação das alterações climáticas e a adaptação às mesmas
E1-5 Consumo energético e combinação de energia
E1-6 Emissões brutas de GEE de âmbito 1, 2, 3 e emissões totais de GEE
E1-8 Fixação interna do preço do carbono
E5-3 Metas relacionadas com a utilização dos recursos e a economia circular
E5-5 Saídas de recursos
S1-1 Políticas relacionadas com a mão de obra própria
S1-5 Metas relacionadas com a gestão dos impactos materiais negativos, a promoção de impactos positivos e a gestão de riscos e oportunidades materiais
S1-9 Métricas de diversidade
S1-10 Salários adequados
S1-11 Proteção social
S1-12 Pessoas com deficiência
S1-14 Métricas de saúde e segurança
S1-15 Métricas de equilíbrio entre a vida profissional e a vida privada
S1-16 Métricas de compensação (disparidade salarial e compensação total)
S3-5 Metas relacionadas com a gestão dos impactos materiais negativos, a promoção de impactos positivos e a gestão de riscos e oportunidades materiais
S4-5 Metas relacionadas com a gestão dos impactos materiais negativos, a promoção de impactos positivos e a gestão de riscos e oportunidades materiais

A nossa Política de Gestão de Risco e respetiva metodologia visa alinhar os objetivos e a estratégia do Grupo com uma avaliação estruturada e consistente dos riscos específicos e transversais. Esta abordagem permite-nos também monitorizar os riscos emergentes que podem afetar o Grupo e as suas Companhias.

O processo anual de gestão de risco desenvolvido pela nossa equipa de Risco envolve cerca de 70 managers representativos das Companhias do Grupo e dos países em que este opera. O seu principal objetivo é assegurar a identificação, monitorização, avaliação e reporte dos riscos a que Jerónimo Martins e as suas Companhias estão expostos, bem como as medidas de mitigação mais relevantes. A avaliação anual é integrada no processo de planeamento estratégico, fornecendo informação às equipas executivas de gestão de todas as unidades de negócio, bem como à Comissão de Auditoria e ao Conselho de Administração de Jerónimo Martins, que é devidamente considerada no processo de desenvolvimento e aprovação de todos os planos estratégicos. A avaliação de risco é igualmente partilhada com os auditores internos e externos de Jerónimo Martins, constituindo um contributo relevante para os respetivos planos de auditoria. São realizadas revisões trimestrais para abordar questões críticas do negócio e monitorizar ativamente quaisquer riscos emergentes que sejam relevantes para o Grupo. Para informações detalhadas sobre a gestão de risco e os controlos internos relativos ao reporte em matéria de sustentabilidade, consulte “Controlo Interno e Gestão de Riscos”.

1 A Ara, a Biedronka, a Hebe, a Hussel, a Jeronymo, a JMA, o Pingo Doce e o Recheio são as Companhias que contam com Comités de Sustentabilidade dedicados.

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