As Vendas do Grupo cresceram 9,3% (+4,9% a taxas de câmbio constantes), atingindo os 33,5 mil milhões de euros, com um LFL de 0,6%.
Contribuição para o crescimento de vendas
(€ Milhões)
|
|
2024 |
|
Δ% |
|
LFL |
||||||||
---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|
(€ Milhões) |
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|
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% total |
|
excl. F/X |
|
Euro |
|
|||||
Biedronka |
|
23.571 |
|
70,4% |
|
4,1% |
|
9,6% |
|
(0,3)% |
||||
Pingo Doce1 |
|
5.073 |
|
15,2% |
|
|
|
4,5% |
|
3,7% |
||||
Recheio |
|
1.357 |
|
4,1% |
|
|
|
1,9% |
|
2,1% |
||||
Ara |
|
2.850 |
|
8,5% |
|
11,1% |
|
17,0% |
|
0,2% |
||||
Hebe |
|
583 |
|
1,7% |
|
18,1% |
|
24,3% |
|
8,5% |
||||
Outros & Ajustes de Consolidação |
|
30 |
|
0,1% |
|
|
|
n.a. |
|
|
||||
Total JM |
|
33.464 |
|
100% |
|
4,9% |
|
9,3% |
|
0,6% |
||||
|
Na Polónia, a inflação alimentar, que caiu até março, aumentou em abril com a reintrodução do IVA nos produtos alimentares básicos, e registou, desde então, uma trajetória de subida.
Em resultado de um comportamento cauteloso por parte dos consumidores, que, ao longo de todo o ano, se mantiveram fortemente orientados para preço e promoções, as vendas de retalho alimentar a preços constantes registaram uma evolução negativa e a concorrência intensificou-se de forma acentuada.
A Biedronka trabalhou incansavelmente para oferecer às famílias polacas as melhores oportunidades de poupança e manteve uma dinâmica comercial forte, garantindo a sua liderança de preço, e merecendo, uma vez mais, a preferência dos consumidores.
A nossa maior insígnia, que operou com deflação no seu cabaz ao longo dos doze meses do ano, cresceu as vendas em volume, mesmo num contexto de contenção do mercado de retalho alimentar e face ao forte comparativo de 2023, tendo reforçado a sua quota de mercado.
A Hebe apostou numa estratégia comercial competitiva e num sortido de qualidade e com muitos produtos exclusivos, registando um bom desempenho de vendas, impulsionado, também, pela contribuição crescente no canal online.
Em Portugal, a inflação alimentar foi baixa ao longo do ano. No mercado de retalho alimentar, os consumidores mantiveram-se muito focados em aproveitar oportunidades de preço e promoções. O canal HoReCa revelou alguma estagnação face ao forte desempenho dos anos anteriores, impactado principalmente pela fragilidade do consumo fora de casa.
O Pingo Doce manteve uma forte intensidade comercial e a aposta nas suas campanhas promocionais de reconhecida popularidade. A insígnia continuou a expandir o seu novo conceito de loja, reforçando as ofertas únicas da marca em soluções de refeições prontas e produtos frescos, ao mesmo tempo que introduziu serviços inovadores, entregando um forte desempenho de vendas, apesar da ligeira deflação registada no seu cabaz.
O Recheio alavancou as suas propostas de valor adaptadas a cada tipologia de cliente e, não obstante alguma contração do consumo no canal HoReCa, manteve um forte dinamismo, tendo angariado novos clientes em todos os seus segmentos.
Na Colômbia, a inflação alimentar também foi inferior à registada nos anos anteriores. Porém os preços alimentares permaneceram elevados e continuaram a pressionar o rendimento das famílias, levando os consumidores a um significativo movimento de trading down.
A Ara executou a estratégia comercial definida, oferecendo boas oportunidades de poupança às famílias colombianas e reforçando a sua posição de mercado.
O EBITDA do Grupo foi de 2,2 mil milhões de euros, 2,9% acima de 2023 (-1,7% a taxas de câmbio constantes). A respetiva margem foi de 6,7% versus 7,1% em 2023.
Contribuição para o crescimento do EBITDA
(€ Milhões)
Na Biedronka, o EBITDA diminuiu 1,3% (-6,3% em moeda local). A desalavancagem operacional provocada pela deflação no cabaz, num ano fortemente impactado pela decisão de aumentar de forma significativa os salários das equipas operacionais e pelo investimento em preço, pressionou, como esperado, a margem EBITDA, que se cifrou em 7,7% (8,5% em 2023).
Na Hebe, o bom desempenho de vendas, a cuidadosa gestão do mix de margem e o controlo apertado dos custos traduziram-se num aumento do EBITDA de 39,4% (+32,4% em moeda local), com a respetiva margem a subir para 10,2% (9,1% em 2023).
No Pingo Doce, a assertividade das vendas, que contou com o contributo da área de Meal Solutions, e o foco na produtividade e eficiência operacionais permitiram que a margem EBITDA, se mantivesse estável em relação ao ano anterior, apesar do investimento em preço e da acentuada inflação nos custos.
O Recheio apostou no reforço da dinâmica comercial e da competitividade, como forma de aumentar a sua base de clientes e os volumes, num contexto em que o canal HoReCa revelou sinais de pressão, registando uma contração da respetiva margem EBITDA.
Na Ara, a subida da margem EBITDA traduz a alteração de dinâmica comercial e a continuidade do trabalho realizado ao nível dos custos, que permitiram melhorar a rentabilidade operacional num contexto desafiante.
|
|
2024 |
|
2023 |
||||
---|---|---|---|---|---|---|---|---|
(€ Milhões) |
|
|
|
Mg |
|
|
|
Mg |
Biedronka |
|
1.814 |
|
7,7% |
|
1.838 |
|
8,5% |
Pingo Doce |
|
296 |
|
5,8% |
|
282 |
|
5,8% |
Recheio |
|
69 |
|
5,1% |
|
73 |
|
5,4% |
Ara |
|
96 |
|
3,4% |
|
45 |
|
1,9% |
Hebe |
|
59 |
|
10,2% |
|
43 |
|
9,1% |
Outros & Ajustes de Consolidação |
|
(103) |
|
n.a. |
|
(112) |
|
n.a. |
EBITDA Consolidado |
|
2.232 |
|
6,7% |
|
2.168 |
|
7,1% |
O programa de investimento manteve-se como a principal prioridade na alocação de capital e foi rigorosamente executado por cada uma das insígnias que, não só se focaram em reforçar as suas posições de mercado através da expansão, como também trabalharam na melhoria da experiência global de compra, apostando forte em remodelações nos respetivos parques de lojas.
LOJAS
TOTAL
ABERTURAS
388
TOTAL
REMODELAÇÕES
368
BIEDRONKA
186
ABERTURAS
(161 líquidas)
280
REMODELAÇÕES
Pingo doce
10
ABERTURAS
(7 líquidas)
64
REMODELAÇÕES
recheio
-
ABERTURAS
1
REMODELAÇÕES
Ara
150
ABERTURAS
(148 líquidas)
15
REMODELAÇÕES
Hebe
39
ABERTURAS
(36 líquidas)
6
REMODELAÇÕES
Inclui a abertura de três lojas da Jeronymo
Inclui a remodelação de uma loja da Jeronymo e uma da Hussell
Em 2024, o programa de investimento cifrou-se em mil milhões de euros. A redução em relação a 2023 deve-se, essencialmente e como planeado, a um menor investimento executado em remodelações na Biedronka e em aberturas na Ara.
A expansão absorveu 40% do Capex do ano, com a inauguração de um total de 388 novas lojas (352 adições líquidas).
(€ Milhões) |
|
2024 |
||||||||||
---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|
Área de Negócio |
|
Expansão1 |
|
Outros2 |
|
Total |
||||||
Biedronka |
|
124 |
|
294 |
|
418 |
||||||
Lojas |
|
94 |
|
260 |
|
353 |
||||||
Logística e Estrutura Central |
|
31 |
|
34 |
|
65 |
||||||
Pingo Doce |
|
35 |
|
242 |
|
277 |
||||||
Lojas |
|
35 |
|
234 |
|
270 |
||||||
Logística e Estrutura Central |
|
– |
|
7 |
|
7 |
||||||
Recheio |
|
8 |
|
21 |
|
29 |
||||||
Ara |
|
147 |
|
24 |
|
171 |
||||||
Lojas |
|
78 |
|
18 |
|
96 |
||||||
Logística e Estrutura Central |
|
69 |
|
6 |
|
74 |
||||||
Total Distribuição Alimentar |
|
314 |
|
580 |
|
895 |
||||||
Hebe |
|
9 |
|
11 |
|
20 |
||||||
Serviços e Outros |
|
83 |
|
8 |
|
91 |
||||||
Total JM |
|
406 |
|
600 |
|
1.006 |
||||||
% do EBITDA |
|
18,2% |
|
26,9% |
|
45,1% |
||||||
|
Investimento por área de negócio
A Biedronka continuou a reforçar a sua presença no mercado, beneficiando da flexibilidade desenvolvida para adaptar o seu formato às oportunidades de mercado, abrindo 186 novas lojas no ano (161 adições líquidas), e remodelando 280 localizações.
A operação q-commerce (entregas ultrarrápidas), que opera sob a marca Biek, abriu cinco novos micro fulfilment centres, tendo finalizado o ano com um total de 23.
Na Eslováquia, os primeiros investimentos resultaram, já em março de 2025, na abertura das primeiras lojas Biedronka e um centro de distribuição, esperando-se terminar o mês com cinco lojas a operar.
A Hebe registou 36 aberturas de lojas no mercado polaco (33 adições líquidas), a que acresceram, no final do ano, a abertura de duas lojas na Eslováquia e uma outra na Chéquia.
O Pingo Doce deu seguimento ao plano de roll out do conceito All About Food, reforçando o destaque dado aos Perecíveis e às Meal Solutions, e remodelou 64 lojas. A insígnia abriu 10 novas localizações no ano e encerrou três.
O Recheio investiu na remodelação de uma loja, garantido a qualidade da sua proposta de valor com especial foco no canal HoReCa.
A Ara executou com sucesso o seu programa de expansão, inaugurando 150 novas lojas e fechando o ano com um parque de 1.438 localizações.
Suportando a expansão da insígnia, também a logística se manteve uma área relevante de investimento com a abertura de um novo centro de distribuição no início de 2024, e investimentos em infraestruturas a inaugurar em 2025.
Na área agroalimentar em Portugal, para além da compra de algumas propriedades ligadas à agropecuária, o investimento é justificado pelo aumento da participação na Supreme Fruits, de que o Grupo passou a deter 80% do capital, e o reforço de capital e aumento de participação na Andfjord Salmon, empresa norueguesa de criação de salmão, na qual Jerónimo Martins detém uma participação de 28%. Adicionalmente, o Grupo passou ainda a deter 100% do capital da sociedade Outro Chão, após a aquisição da quota do parceiro, que precisou focar-se no seu negócio core: a Vale da Rosa.
Consistente com a postura responsável do Grupo em todas as áreas de intervenção, o cumprimento das obrigações fiscais merece uma nota de relevo já que, nos vários países onde opera, o Grupo encontra-se sujeito a diferentes tipos de impostos, contribuições e taxas, resultantes da atividade das suas subsidiárias.
No ano de 2024, o Grupo suportou um total de 1.058 milhões de euros em impostos sobre lucros do exercício, contribuições a cargo das empresas para sistemas de proteção social, impostos e taxas sobre vendas e propriedade, e IVA não dedutível em determinados países. Para além destes impostos e contribuições, o Grupo está ainda sujeito a um conjunto significativo de outras taxas e impostos decorrentes do tipo de atividades que exerce em cada país, os quais encontram-se muitas vezes incorporados no custo dos produtos ou serviços obtidos.
(€ Milhões) |
|
2024 |
|
2023 |
---|---|---|---|---|
Imposto sobre o rendimento |
|
192 |
|
255 |
Contribuições Seg. Social e similares |
|
462 |
|
399 |
Impostos/Taxas sobre vendas e consumo |
|
404 |
|
363 |
Total de impostos suportados |
|
1.058 |
|
1.016 |
(€ Milhões) |
|
2024 |
|
2023 |
---|---|---|---|---|
Portugal |
|
144 |
|
141 |
Polónia |
|
883 |
|
849 |
Colômbia |
|
28 |
|
25 |
Outros Países |
|
2 |
|
– |
Total de impostos suportados |
|
1.058 |
|
1.016 |
A taxa efetiva de impostos1 de 2024 ascendeu a 24% (25,2% em 2023).
A rentabilidade do capital investido, calculada sob a forma de Pre-Tax ROIC, foi de 20% (26,8% em 2023).
PRE-TAX ROIC
(€ Milhões)
Esta evolução, resulta em boa parte, da correção da extraordinariamente elevada inflação alimentar registada em 2022 e 2023, no contexto das disrupções provocadas pelo início da guerra na Ucrânia e que impactaram positivamente e de forma relevante o capital turnover e o Pre-Tax ROIC nesses anos.
Em 2024, a esta correção somou-se a substancial pressão da inflação registada nos custos sobre a margem EBIT, bem como o aumento do capital investido, nomeadamente ao nível do capital circulante.
1 Taxa efetiva de imposto determinada com base no imposto estimado do exercício, sem considerar correções de estimativas de anos anteriores e impostos diferidos.